Uma coincidência tão grande que até parece proposital. Hoje faz exatos 3 meses. Dos teus olhos, do teu beijo, do teu corpo. Em junho eu tive você, e hoje eu tive que deixar você ir.
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"Lαdo α lαdo com o desejo de defender α própriα intimidαde, há o desejo intenso de me confessαr em público e não α um pαdre." [Clαrice Lispector]
sexta-feira, 5 de setembro de 2025
Cuidando de Longe
sexta-feira, 29 de agosto de 2025
Contramão
Perdoa gostar um pouco demais de você
E desenhar o que não dá pra ser
Te acorrentar, te ver mais do que amigo
Perdoa cobrar demais e querer sua atenção
Atropelei nós dois na contramão
Agora eu tenho que lidar
(Agora eu tenho que lidar com isso)
terça-feira, 26 de agosto de 2025
Quem não quer sou eu
Feito Você
Quantas vezes eu perdi a cabeça
Tentando entender a tua
E gritei teu nome até perder a voz na rua
E chorei na tua frente com a alma nua
segunda-feira, 25 de agosto de 2025
Antes de me Querer
É que ai de mim querer alguém antes de me querer
Eu já vi isso acontecer, meu bem
E aí me perdi
Agulha do Palheiro
Enquanto o dia não chegar
Se vou esquecer ou vou falar "vamos conversar"
Ou te desconhecer
Preferia nunca ter te achado
Se vou entender, se vou me ferir, se vou perdoar
terça-feira, 19 de agosto de 2025
Foi Um Prazer
Tô te mandando essa mensagem num minuto de coragem que eu tô tendo agora
Talvez depois já seja tarde ou não queira mais falar sobre nós dois
Não vou dizer que compreendo, o que eu quero é justamente uma explicação
Como de uma hora pra outra você deixa eu escapar das suas mãos
Aí você escuta tudo e o silêncio toma conta da nossa conversa
E eu tenho que ir atrás de novo implorar uma resposta pra você
É quando você aparece depois de muita insistência que eu tive que ter
Te imaginava mais maduro
Mas a gente se confunde com o que a gente vê
Agora é minha vez de não te responder
Descanse porque eu não vou mais te procurar
É o que você quer, mas não quis me dizer, fazer o quê?
Só para encerrar meu bem
Foi um prazer
Em Dobro
Hoje eu queria te encontrar
Pra adoçar e refrescar minhas memórias sobre nós
Como se fosse fácil voltar atrás
Idiota Raiz
É viciado em errar
É fissurado em perder
Diz que precisa pensar
Que é complicado como toda vez
Isso eu já sei
quinta-feira, 5 de junho de 2025
Ponte
Hoje eu quis ser grande. Saí mulher e voltei menina. Hoje eu pensei que pudesse viver e sentir só por mim. Hoje eu descobri que responsabilidade afetiva tem peso, tem forma, tem nomes e sobrenomes. Hoje me dei conta que seguir o coração é a melhor coisa do mundo, do seu mundo...mas os mundos são vastos e são muitos, e para além disso, todo mundo tem um mundo. Hoje eu descobri que a ponte que muitas vezes temos tanto medo de atravessar, pode nos levar ao lugar onde queremos estar e que ela também pode nos conduzir ao lugar de onde saímos, mesmo que isso não seja exatamente o que a gente quer e sim o que a gente precisa. Hoje eu descobri que um só dia pode mudar todos os outros dias. Tudo hoje. Tudo em um só dia.
JTS050625
terça-feira, 27 de maio de 2025
sábado, 9 de dezembro de 2023
A tristeza é feia e quer casar [Silmara Franco]
Está no dicionário:
Tristeza: [Do lat. tristitia.] S.f. 1. Qualidade ou estado de triste. 2. Falta de alegria. 3. Pena, desalento, consternação. 4. Aspecto revelador de mágoa ou aflição.
A tristeza, isso a gente sabe, também é quando o olhar desbota, a voz perde a força, o andar fica pesado e impossível. É quando a cabeça não tem fome de nada, saciada no silêncio. Ou ainda, quando o rio que corre dentro da alma transborda e é preciso escoar de algum jeito. O jeito? Chorar feito bebê.
A tristeza, na verdade, é uma moça. Não muito bonita. Um pouco feia. Tem cabelos longuíssimos e sem vida, que cresceram sem que ela percebesse. Há anos estão penteados do mesmo jeito. Sua roupa é bem feita, mas não tem cor. As mãos são mornas, de poucos movimentos e sempre vagarosos. Finos e magros, seus pés cabem em qualquer sapato de qualquer tamanho. Sua boca é lilás, como a boca dos mortos. Fala pouco, e quando o faz as palavras já saem vaporizadas, flutuando no ar antes de caírem ao chão, dissolvidas em seus significados.
Apesar disso, a Tristeza mora em uma casa acolhedora, com perfume de baunilha e cortinas rendadas da cor do âmbar. Há sempre música no ar. Na entrada, um daqueles tapetinhos escrito “bem-vindo”, próximo à porta com uma guirlanda em formato de coração. Ela sabe que receber bem é importante, assim as pessoas ficam mais um pouco.
A Tristeza tem muitos amigos. Mas ela vive, veja só, triste. Porque eles só a visitam quando as coisas não vão bem, e partem assim que se sentem melhor. O que não faz dela uma moça solitária. A Tristeza tem sempre companhia.
A Tristeza, moça meio sem graça, tem um desejo. A Tristeza quer casar. Quer encontrar um amor, ter muitos filhos. E, no fundo, ela torce para que não sejam parecidos com ela. Porque a Tristeza precisa da alegria à sua volta, assim o mundo vale a pena. Talvez seja como diz aquela canção: “A tristeza tem sempre uma esperança, de um dia não ser mais triste, não”.
Tristeza e eu nos encontramos de vez em quando. A última foi quando Léo se foi. Fui tomar chá de capim-cidreira em sua casa, ela me pegou no colo enquanto eu chorava (feito bebê). Léo, em toda sua doçura, por certo já havia se encontrado com Tristeza naqueles dias, sabendo que não descansaria mais sob a sua jabuticabeira. Os gatos sabem a sua hora.
Mas a Tristeza quer casar. Quer encontrar alguém que desalinhe seus cabelos e a faça falar pelos cotovelos. Que a convide para morar numa casa nova, cheia de gatos e cachorros e uma jabuticabeira. Ela se mudará, e não deixará o novo endereço para ninguém. Apenas um recado na porta da velha casa, no lugar da guirlanda de coração: “A Tristeza não mora mais aqui”.
Texto da Silmara Franco, disponível aqui.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021
Vulgo Grace
...Mas não é fácil ser boa e pacata, é como estar agarrada à beirada de uma ponte depois de você já ter caído por cima do parapeito; parece que você não se mexe, fica apenas ali pendurada e, no entanto, o esforço exige toda a sua força.