terça-feira, 30 de setembro de 2008

Não tem nada pior do que ser hipocondríaco num país que não tem remédio.
Eu tomo um remédio para controlar a pressão. Cada dia que eu vou comprar o
dito cujo, o preço aumenta.
Controlar a pressão é mole. Quero ver é controlar o preção. Tô sofrendo de
preção alto.
O médico mandou cortar o sal. Comecei cortando o médico, já que a consulta
era salgada demais.
Controlei também a alimentação. Como a única coisa que tenho comido, depois
do Fome Zero, é minha patroa, não tem perigo: Ela é a coisinha mais sem sal
deste lado do mundo.
Para piorar, acho que tô ficando meio esquizofrênico. Sério! Não sei mais o
que é Real.
Principalmente quando abro a carteira ou pego extrato no banco. Não tem mais
um real.
Sem falar na minha esclerose precoce. Comecei a esquecer as coisas:
Sabe aquele carro? Esquece!
Aquela viagem? Esquece!
Tudo o que o barbudo prometeu? Esquece!
Podem dizer que sou hipocondríaco, mas acho que tô igual ao meu time: nas
últimas.
Bem, carioca é assim mesmo, já nem liga mais para bala perdida.
Entra por um ouvido e sai pelo outro...

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