"...E, mesmo que eu te me perca, nunca mais serei aquela que se fez seca vendo a vida passar pela janela..." [Luis Kiari e Caio Soh]
"Há quanto tempo não nos vemos?". É sempre a mesma pergunta. Nunca sei responder. Realmente não sei. Mas sou capaz de lembrar de cada gesto, palavra e sensação das nossas tardes juntos. Elas ficam marcadas em meu corpo, em minha alma, em mim...
Lembro de você ter dito que eu devolvi coisas impagáveis, como o gosto pela leitura e o debate...já você, deu mais que isso- não devolveu...eu não tinha- e entre estas coisas estão o gosto pelo desconhecido e a vontade de aventurar no mundo e na vida o que até hoje só aventuro em livros.
Lembrei muito de você ontem enquanto um amigo levantava alguns questionamentos. Ele queria saber o por quê: por que não mudei para o Rio em 1998, nem para Portugal em 2001, nem para Brasília em 2009...tudo tão marcado, medido, planejado, organizado e eu desisti.
Desisti por que tinha raízes, e não asas. Não tinha curiosidade também e talvez houvesse um toque de comodismo nisso tudo. Mas algo em você me desperta e me faz ter vontade de ir, seguir, mudar, viajar- não é estranho isso de alguém dizer que você desperta a vontade de ir embora?- Mas as minhas palavras enveredam por aí mesmo: você me faz ter vontade de ver, sentir, conhecer, aprender...vontade de ser contínua.
Deixei muitas coisas inacabadas nos últimos cinco anos. Foram nossas conversas, gostos, leituras, lembranças que despertaram a necessidade de concluir, fechar ciclos. Agora tenho uma urgente necessidade de conclusão. E de vivência. E justamente por isso que sempre levarei você comigo...para que eu não esqueça novamente. Para que eu não esqueça de viver.
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