O fim do namoro é como a dor nas costas. Sente-se uma pontada tamanha que incomoda em qualquer postura ou momento. Espremido o nervo ciático deste coração teimoso, resta apenas a cama. Deitado, busca-se um lugar para aliviar a pressão, um canto para fugir do rolo compressor que se alastra por todo corpo. Quer sair, quer ver amigos, quer esquecer-se. Não pode. A simples tentativa de reerguer é punida, nem o pensamento mais longe nasce livre da lembrança.
Tenta-se analgésicos, massagens, acupuntura... Nada. São tratamentos tão eficazes quanto um placebo. Resta a cama e o tempo, remédios que nossas avós já conheciam para acabar com decepção amorosa ou dor nas costas. Uma hora, finalmente pode-se levantar e sair. Mas o nervo fica. Não exposto, porém latente. E mesmo anos depois, em um movimento tolo, para pegar a sacola do supermercado ou a lembrança daquela pessoa, sente-se a pontada novamente. Sempre latente.
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