- Terá, por acaso, pensado no enigma que lhe deixei naquele dia na estalagem?
- Passou pela minha cabeça uma ou duas vezes – Tyrion admitiu. – O rei, o sacerdote, o rico… Quem sobrevive e quem morre? A quem obedecerá o mercenário? E um enigma sem resposta, ou melhor, com muitas respostas. Tudo depende do homem que tem a espada.
- E, no entanto, ele não é ninguém – Varys concluiu. – Não tem uma coroa, nem ouro, nem o favor dos deuses, mas apenas um pedaço de aço afiado.
- Esse pedaço de aço é o poder da vida e da morte.
- Precisamente… E, no entanto, se são realmente os homens de armas que nos governam, por que fingimos que nossos reis têm o poder? Por que um homem forte com uma espada obedeceria a um rei criança como Joffrey, ou a um idiota encharcado em vinho como o pai?
- Porque esses reis crianças e idiotas bêbados podem chamar outros homens fortes, com outras espadas.
- Então são esses outros homens de armas que têm o verdadeiro poder. Ou será que não? (…)
- Pretende responder ao seu maldito enigma, ou quer apenas fazer com que a minha dor de cabeça piore?
Varys sorriu.
- Eis, então. O poder reside onde os homens acreditam que reside. Nem mais, nem menos.
- Então o poder é um truque de mímica?
- Uma sombra na parede – Varys murmurou. – Mas as sombras podem matar. E, muitas vezes, um homem muito pequeno pode lançar uma sombra muito grande.
[R.R.Martin]
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